A alimentação e a saúde do intestino podem estar relacionadas ao agravamento ou não dos quadros de covid-19. É o que sugere um estudo coordenado pelo microbiologista Heenam Stanley Kim, do Laboratório de Interações Humano-Microbianas da Universidade da Coreia do Sul, publicado em janeiro deste ano no mBio, periódico científico da Sociedade Americana de Microbiologia.
Em seu trabalho, o pesquisador destaca que os Estados Unidos e países da Europa Ocidental têm uma dieta rica em alimentos processados e açúcares refinados, mas pobre em fibras, que pode estar potencialmente envolvida na redução da diversidade da microbiota intestinal, informa o site Gut Microbiota for Health, da ENSM (Sociedade Europeia de Neurogastroenterologia e Motilidade).
O artigo aponta que a má saúde intestinal poderia indicar um prognóstico pior de covid-19. O autor afirma que se o vírus for capaz de penetrar nas células gastrointestinais, pode piorar a evolução do paciente, e uma microbiota intestinal fraca facilita a entrada do vírus no organismo.
Pesquisas prévias já haviam indicado que pacientes infectados pelo coronavírus possuem menos bactérias diversificadas nos intestinos quando comparados a pessoas saudáveis.
A ENSM ressalta que "um microbioma menos diversificado está associado a uma saúde geral mais precária", algo que ocorre com idosos e pessoas com diabetes, hipertensão ou obesidade, justamente o principal grupo de risco da covid-19.
Segundo Kim, se esta ligação entre problemas de saúde intestinal e maior risco de sofrer de formas mais graves de covid-19 for comprovada, estratégias como seguir uma dieta mais diversificada, aumentar a quantidade de frutas, vegetais, grãos integrais e alimentos fermentados pode ajudar a diminuir esse risco .
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