No Dia Mundial da Água, a série de reportagens “Vidas Secas no País das Águas”, veiculada na Agência Brasil, da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), ganhou o Prêmio ANA, da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), na categoria Comunicação. Também concorreram o documentário “Dessalinizada, água do mar pode equilibrar abastecimento”, de Jusciane Matos de Lima, da TV Justiça, e a reportagem “Guerra da Água”, de Patrik Camporez, do jornal O Estado de S. Paulo.
Criada há 14 anos, a premiação da ANA tem como objetivo reconhecer as melhores práticas e iniciativas voltadas ao cuidado das águas do Brasil. O Prêmio ANA é a mais tradicional premiação do setor de águas do Brasil.
De acordo com o idealizador do projeto, o jornalista Luiz Cláudio Ferreira, o especial nasceu quando se pensou na cobertura do Fórum Mundial das Águas, sediado pelo Brasil em 2018. “Foi aí que lembrei que esse seria também o ano em que a obra Vidas Secas, de Graciliano Ramos, faria 80 anos”, disse. A obra é um dos clássicos da literatura brasileira e trata a vida de uma família de retirantes sertanejos obrigada a se deslocar de tempos em tempos para áreas menos castigadas pela seca.
Durante as reuniões para pensar a cobertura do fórum, surgiu a ideia de fazer um paralelo entre a história contada no livro e àquela vivida pelos brasileiros que já conviveram com a seca em todas as regiões do país.
“Vidas Secas no País das Águas é a verdadeira antítese [figura de linguagem pela qual se opõem, numa mesma frase, duas palavras ou dois pensamentos de sentido contrário] da vida do brasileiro que convive com tantas secas em um país com tanta potencialidade de água”, disse Ferreira.
Uma equipe de 15 pessoas entre repórteres, fotógrafos, editores e desenvolvedores de web esteve envolvida na produção da matéria, que ouviu pessoas de todas as partes do Brasil. Viagens de carro para os rincões do Brasil, depoimentos de sertanejos, mas também de historiadores, professores e especialistas fizeram parte do cotidiano da produção.
“É uma alegria muito grande porque são especialistas em recursos hídricos que estão falando que o nosso material estava bom. É muito bom a EBC com sua missão de comunicação pública receber esse prêmio e melhor ainda a gente ter feito esse material que vai ficar na carreira de todos nós”, disse o jornalista.
O Prêmio ANA 2020 bateu recorde de 695 inscrições de todos os estados e do Distrito Federal, mesmo e um contexto de pandemia. No total, as iniciativas concorreram em oito categorias: comunicação, educação, micro e pequenas empresas, empresas de médio e grande porte, governo, organizações civis, pesquisa e inovação tecnológicas, entes do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos.
Confira o especial Vidas Secas no País das Águas.
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