Uma cura, seja em que área da saúde for, pede uma grande medida de fé. A vontade de viver e a fé fazem grande diferença em todos os processos de restabelecimento; algo até mesmo comprovado por profissionais da área da saúde. Contudo, em alguns casos, a situação é demasiadamente desafiadora, assim como foi com a jornalista Cláudia Caputi Santos, que vive em Paris (FR).
No início do ano de 2023, ela descobriu um carcinoma ductal in situ na mama direita. O tratamento inicial era uma mastectomia conservadora.
O carcinoma ductal in situ (CDIS), também conhecido como carcinoma intraductal, é uma forma inicial de neoplasia em que as suas células malignas não invadem a membrana basal, ou seja, a diferença entre esse e o carcinoma invasivo é que as suas células não se disseminam através dos ductos, veias, linfáticos e, portanto, não dão metástases, podendo ser considerado como um pré-carcinoma. Porém, possuem potencial de transformar-se em carcinoma invasor (cf. spmastologia.com.br).
No dia 02 de maio de 2007, 16 anos antes desse diagnóstico, Cláudia havia recebido um diagnóstico parecido, mas na mama esquerda. Nessa época, ela ficou desnorteada, desesperada mesmo. Ela estava afastada dos caminhos de Deus, mas, voltando-se para Ele, fez um propósito e uma campanha pedindo para ser curada e que não fosse necessário enfrentar nenhuma cirurgia. O mastologista já lhe explicara que seria necessário tirar um quadrante da mama ou talvez total. Quando foi fazer mais exames para saber como seria a cirurgia, o nódulo que era palpável simplesmente havia desaparecido: “Para honra e glória do Senhor, vivenciei esse milagre!” Confundidos, os médicos solicitaram que refizesse todos os exames na mesma clínica e com o mesmo profissional. O próprio médico, responsável pelo diagnóstico, exclamou intrigado: ‘estranho... desapareceu!”. Cláudia, porém, entendia o que acontecera: “Eu sabia que tinha sido a mão de Deus! E falei para ele naquela época: foi o poder da oração!”
No diagnóstico de 2023, por se tratar de uma lesão pré-cancerígena não invasiva, conforme recomendação médica, Cláudia poderia ser submetida a uma reconstrução mamária imediata. Depois de enviar seu dossiê para alguns hospitais da França e enfrentar muita dificuldade, a Clínica Oreliance a chamou e marcou sua cirurgia para o dia 11 de setembro de 2023. Felizmente, ela conseguiu realizar a cirurgia da mastectomia com reconstrução da mama com prótese de silicone.
A cirurgia foi bem-sucedida e a recuperação da paciente transcorria conforme o esperado. Cláudia recebeu alta no dia 14 de setembro de 2023 e foi para certo local para se recuperar. Tudo corria bem e conforme o esperado. Entretanto, infelizmente, no dia 19 de setembro do mesmo ano, empurrando bruscamente o braço da pessoa que abria a porta, uma mulher entrou descontrolada no local onde Cláudia se recuperava. Quando percebeu o que acontecia, ela começou a filmar. Ao perceber que estava sendo filmada, a tal mulher ficou enfurecida e foi em direção à jornalista agredindo-a com um soco exatamente na mama operada há apenas oito dias. Imediatamente, a mama ficou vermelha e dormente. Cláudia ficou assustada, temerosa e com muita dor na região.
A agressão gerou um processo de necrose do mamilo, culminando na total perda dele. Depois de alguns meses, Cláudia precisou fazer mais duas cirurgias: uma no dia 03 de outubro e outra no dia 17 de outubro de 2023. Infelizmente sem sucesso, ocasionando a perda total da sua prótese. A médica que realizara as três cirurgias decidiu retirar a prótese e realizar outra cirurgia após um período de seis meses a um ano. Embora as duas cirurgias marcadas para retirar a mama não tivessem sido realizadas, a jornalista continuava com um sério problema que precisava ser solucionado.
Esse processo foi muito doloroso para Cláudia, afinal, quando sofreu a terrível agressão, ela estava no auge da alegria, celebrando sua vitória, uma cirurgia bem-sucedida e a reconstrução da mama com prótese de silicone. Não poderia imaginar ter de passar por tudo de novo, ainda mais sem recursos financeiros adequados para mais uma cirurgia e bem mais complexa. “Foram cinco meses de noites e dias sombrios, mas durante os quais pude sentir e ver a misericórdia e a poderosa mão de Deus me sustentando em cada minuto! Nesse tempo, vivenciei literalmente o que a Palavra de Deus fala em Isaías 43:1-3, eu não deveria temer porque Ele me criara e estava comigo todo o tempo. Quando eu passasse pelas águas e pelo fogo, não me submergiria ou me queimaria, porque Ele me sustentaria. Confesso que foi um processo superdelicado e difícil; quando me lembro desse tempo, nem acredito que passei por tudo aquilo. Se não fosse o bálsamo do Senhor, eu não teria suportado!”
Durante cinco meses, Cláudia ficou com a prótese exposta, correndo risco de morte. Entre as idas e vindas em consultas médicas, cirurgias e hospitalização domiciliar, a amiga Eliana Ovalle, que também é jornalista e psicóloga, apresentou-lhe o doutor e professor Ricardo Cavalcanti, conceituado e renomado médico, cirurgião plástico, que atua no Brasil e no exterior. Ele estava em Paris (FR) representando o Brasil no Annual Congress – IMCAS, com sua vasta expertise em cirurgia plástica, onde também receberia uma justa homenagem. Quando Cláudia procurou a amiga em busca de oração e orientação para enfrentar esse desafio que parecia intransponível, Eliana lhe pediu que não se deixasse abalar: “ Disse à minha preciosa amiga que não desistisse, pois é na perseverança que encontramos o caminho para a superação. E Cláudia, com sua força e fé, concordou e seguiu em frente. Cláudia, você é uma mulher extraordinária, que inspira todos ao seu redor. Coisas grandiosas estão por vir (1 Coríntios 2:9), porque sua fé e resiliência são recompensadas por Ele. Deus a abençoe sempre.”
Cláudia não pôde ir até o Brasil fazer a cirurgia, “mas Deus trouxe o Dr. Ricardo até Paris e a cirurgia foi realizada com sucesso!” Dessa vez, a segunda reconstrução mamária foi realizada com o músculo do grande dorsal e enxerto de gordura.
A intervenção médica de excelência dos doutores Ricardo Cavalcanti Ribeiro e Dr. Sebastian foi fundamental para o sucesso da cirurgia e a cura da jornalista Cláudia. O apoio emocional da querida amiga Eliana Ovalle e dos dois cirurgiões foi um grande diferencial durante toda a grave situação de saúde que a jornalista enfrentou: “Não tenho palavras para agradecer a Deus, ao Dr. Ricardo, ao Dr. Sebastian e minha amiga Eliana Ovalle e a todos que me ajudaram e oraram por mim! Foi um processo sigiloso devido a agressão que sofri, mas pude contar com a oração e o apoio de pessoas que Deus selecionou para estarem ao meu lado naqueles momentos! O carcinoma foi retirado. Ele não atingiu minhas correntes sanguíneas nem os linfonodos sentinelas. Para honra e glória do nosso Senhor Jesus Cristo, estou curada!
O prof. Dr. Ricardo Cavalcanti Ribeiro, Ph(d), professor e chefe da Divisão de Cirurgia Plástica e Reconstrutiva da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro e presidente do Instituto Carlos Chagas, diz que “a reconstrução mamária é um processo pessoal e complexo” e que “é importante discutir todas as opções com um cirurgião plástico e considerar os benefícios e desafios antes de tomar uma decisão.” Ele afirma que, “com o apoio adequado e a informação correta, muitas mulheres podem encontrar alívio e renovação após uma mastectomia.”
Tendo experimentado o sofrimento de todo o processo de um câncer de mama com suas múltiplas implicações e recebido o grande milagre da sua cura após todo o caminho percorrido, com dor e muita fé, Cláudia Caputti deixa uma mensagem para os leitores:
“A nossa fé em Deus é primordial, o inimigo pode roubar tudo menos a nossa confiança em Deus! Ainda que aos olhos humanos algo pareça impossível, saiba que, para Deus, nada é impossível! Ele é o mesmo ontem, hoje e eternamente! Durante as adversidades, não permita que o medo e a dúvida paralisem e roubem a sua fé em Deus, porque Ele tem propósito para a vida de cada um de nós. Ainda que por certo tempo você não entenda o que acontece, não há nada que o Senhor preserve que Ele não queira usar para o nosso bem! Deus abençoe você em todo o tempo!” (Cláudia Caputi Santos)
Por Jussara Fonseca
Jornalista