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 A importância da prática esportiva para o desenvolvimento da criança neurodivergente

As crianças neurodivergentes são aquelas que apresentam diferenças significativas em seu desenvolvimento em relação à maioria das crianças da mesma idade. E essas diferenças podem ser observadas em aspectos como linguagem, socialização, comportamento e habilidades cognitivas.

01/08/2024 às 08h37
Por: Ana Paula Costa
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Foto/BI Freepik.
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Além disso, existem diversos transtornos que caracterizam as crianças neurodivergente, como, por exemplo: o Transtorno do Espectro Autista (TEA), a Síndrome de Down, o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) Síndrome de Tourette, Depressão Esquizofrenia e a Dislexia.

Portanto, cada um desses transtornos possui características específicas que influenciam diretamente no desenvolvimento da criança, exigindo abordagens pedagógicas e terapêuticas adequadas para promover sua inclusão e potencializar suas habilidades. 

O esporte desempenha um papel fundamental no desenvolvimento de crianças neuro-atípicas, oferecendo benefícios físicos, emocionais e sociais que são essenciais para o seu crescimento e bem-estar. A prática de atividades esportivas pode ser uma ferramenta poderosa para promover a inclusão, melhorar habilidades motoras e sociais, além de fortalecer a autoestima e a confiança dessas crianças.

Fisicamente, o esporte ajuda a desenvolver a coordenação motora, a força e a resistência. Crianças neurodivergentes podem enfrentar desafios específicos em relação às suas habilidades motoras. Atividades como correr, pular e jogar bola ajudam a aprimorar a coordenação, o equilíbrio e a força muscular.

A prática regular de atividades físicas pode ajudar a superar essas dificuldades, proporcionando um ambiente seguro e estruturado para a prática e o aperfeiçoamento dessas habilidades.

Estudo publicado no "Journal of Physical and Health Education" destaca que a atividade física regular pode melhorar significativamente a coordenação motora e reduzir comportamentos estereotipados em crianças com autismo.

Emocionalmente, a prática esportiva contribui para o bem-estar mental e emocional.

O esporte pode oferecer um espaço para que essas crianças explorem e expressem suas emoções de maneira saudável. A participação em atividades esportivas pode ajudar a reduzir a ansiedade e o estresse, frequentemente presentes em crianças neuroatípicas. Além disso, o sentimento de realização ao alcançar objetivos esportivos pode fortalecer a autoestima e a confiança.

Pesquisas mostram que a prática de esportes tem sido associada a uma diminuição significativa nos níveis de ansiedade e a um aumento na autoestima em crianças com TDAH (Instituto Nacional de Saúde Mental, 2021).

Socialmente, o esporte é uma ferramenta valiosa para promover a inclusão e a interação social. Participar de atividades esportivas oferece às crianças neurodivergentes oportunidades valiosas para desenvolver habilidades sociais, como trabalho em equipe, comunicação e resolução de conflitos. Essas experiências são cruciais para a formação de relacionamentos saudáveis e para a integração social.

De acordo com a Sociedade de Pediatria e Atividades Físicas, a participação em esportes de equipe pode melhorar significativamente as habilidades sociais e a integração comunitária de crianças com necessidades especiais (Pediatric Health Journal, 2023).

Adicionalmente, o esporte pode ensinar importantes lições de vida, como disciplina, perseverança e resiliência. Essas lições são aplicáveis em várias áreas da vida e são particularmente valiosas para crianças neurodivergentes, que podem enfrentar desafios adicionais no dia a dia.

O esporte é uma componente vital no desenvolvimento de crianças neurodivergentes, proporcionando uma ampla gama de benefícios que vão além do físico, influenciando positivamente o emocional e o social. Investir em programas esportivos inclusivos e adaptados é essencial para garantir que todas as crianças tenham a oportunidade de crescer e se desenvolver de maneira plena e saudável.

São várias as possibilidades e é importante levar em conta o que mais desperta interesse na criança, sem se descuidar da segurança durante a prática.

Cada pessoa é única, com suas próprias preferências, desafios e habilidades. É fundamental respeitar e valorizar a individualidade de cada participante, adaptando as práticas esportivas conforme necessário para atender às suas necessidades específicas.

 

Bruno Ribas é gestor educacional, e criador do projeto social LPV Moria de Jiu Jitsu.

Ana Lopes é jornalista e doutora em Ciências Biomédicas (Neurofisiologia).

 

Por Bruno Ribas e Ana Lopes

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